Voltado à carnificina em curso, Na sombra do Holocausto Genocídio em Gaza, é iniciativa editorial para dar espaço à sociedade civil palestina. Lançado com apoio da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Islâmica de Gaza (UIG), esse livro aproxima o público brasileiro de uma realidade escondida pela grande imprensa e parte relevante do mercado editorial nacional.

Expondo a dimensão mais obscura das forças de ocupação seu sistema de encarceramento colonial, Genocídio em Gaza trás para o português o relatório da Associação de Amparo aos Presos Políticos Palestinos (Addameer), mostrando a barbárie dos cativeiros operados por Israel. Entrevista também a dirigente estudantil e presa política Layan Khayed, aprisionada pela terceira e última vez no dia 7 de abril de 2024, e desaparecida no sistema carcerário israelense desde então. Conhecida liderança feminista universitária, Layan é acusada pelos tribunais militares israelenses de crimes como distribuir literatura anticolonial e organizar círculos de leitura marxista na Universidade de Birzeit, a principal da Cisjordânia.

Ao menos 9.450 palestinos encontram-se nas cadeias sionistas, dos quais mais de 5 mil foram detidos após o 7 de Outubro de 2023 na Faixa de Gaza. Entre eles, mais de 200 crianças, 56 jornalistas e 80 mulheres.

Traduzindo autores árabes, judeus e palestinos, as análises que compõem esse livro se debruçam sobre a natureza violenta e supremacista do sionismo. É analisado o papel dos kibutz e das organizações sociais israelenses (incluindo seus sindicatos e partidos de esquerda) na limpeza étnica da Palestina, assim como os labirintos do regime de apartheid imposto contra a população indígena árabe.

Investiga a máquina de guerra israelense, seu uso de inteligência artificial para a destruição sistemática das moradias e da vida urbana de Gaza, em um processo de urbanicídio voltado a aniquilar os palestinos. A partir de investigações da imprensa independente no Cairo, expõe o objetivo de forçar a população de Gaza a procurar refúgio no deserto da península do Sinai, no Egito, com a anuência das ditaduras militares árabes. O projeto histórico de limpeza étnica da Palestina, iniciado há 76 anos, atinge hoje seu auge. Analisando o contexto regional e internacional, Genocídio em Gaza trás os subsídios necessários para um posicionamento firme ao lado dos oprimidos no principal conflito do século XXI.